ABSORÇÃO FOLIAR
CONCEITOS
A disponibilização destes elementos, por via foliar, permite que as plantas obtenham suprimento necessário a sua produção. Fertilizantes foliares podem suprir a falta de um ou mais nutrientes, corrigindo deficiências, fortalecendo colheitas fracas ou danificadas, aumentando a velocidade e qualidade de crescimento das plantas.
As plantas, na sua maioria, apresentam-se divididas em três partes distintas, com adaptações específicas que possibilitam as suas funções características. As folhas, de aspecto laminar, têm por função as trocas gasosas e recepção de luz solar para a fotossíntese e transpiração. O caule, de aspecto colunar e de resistência variável tem por função, na maioria das vezes, a sustentação da parte aérea, bem como de ligação e transporte. As raízes, além da fixação do vegetal ao substrato, têm como função básica a absorção de água e dos nutrientes no solo.
As folhas, apesar de terem se especializado na função de síntese, não perderam a habilidade de absorver água e nutrientes, o que se constitui como a base para a aplicação foliar de nutrientes, aplicação de defensivos, hormônios, etc. Desta forma, a adubação foliar é um processo em que a nutrição das plantas é feita através das partes aéreas, principalmente das folhas.
MECANISMOS DE ABSORÇÃO FOLIAR
Absorção foliar é o processo de entrada de um íon ou molécula na parte interna da planta, que é facilitado quando a planta se encontra com seus estômatos abertos estabelecendo-se uma corrente transpiratória, que arrasta os nutrientes pulverizados sobre a superfície da folha para o seu interior. A absorção foliar ocorre em duas fases:
– Passiva: os íons entram na planta por meio de fenômenos puramente físicos, como a difusão simples, difusão facilitada, trocas iônicas, etc. Estes atravessam a cutícula, a parede celular e os espaços intercelulares, chegando à superfície externa do plasmalema. A sua velocidade depende das características da folha e do ambiente, podendo ser reversível;
– Ativa: o elemento atravessa o plasmalema, atingindo o citoplasma e pode se acumular no vacúolo ou ser transportado para outras partes da planta, com gasto de energia. É uma fase mais demorada, porém irreversível.
José Luis da Silva Nunes
Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia